Simone Borba Pinheiro

Sou Simone Borba Pinheiro, tenho 43 anos, sou casada,
tenho uma filha maravilhosa com 14 anos, chamada Andréa.
Nasci em Dom Pedrito-RS, Brasil, próximo a fronteira com o Uruguai.
Sou Graduada em Educação Física.
Adolescente ainda, comecei a me interessar pelos livros de poesias e,
a partir daí, comecei a escrever minhas poesias.
Minha inspiração, geralmente, chega ao amanhecer de um novo dia e,
também, quando acontecimentos marcantes me despertam para uma reflexão
mais profunda.
Entendo que a poesia é a nobre arte de expressar os sentimentos da alma.
O poeta que mais me inspirou foi certamente Mário Quintana com suas
poesias encantadoras que sempre me transportavam para um mundo mágico.
Adoro bons filmes, música, artesanato,
culinária, poesias, pinturas, e tudo que está ligado as artes de um
modo geral.

Na Boca da Noite 

Quando entra a madrugada escura e fria,
uma nova porta se abre
para um mundo obscuro e duvidoso,
de freqüentadores perdidos no seu próprio eu.
São ratos da noite
que preenchem a escuridão
com seus dons malignos,
rastejando no esgoto da maldade,
poluindo o ar com suas ervas malditas,
ceifando vidas vazias,
já sem esperanças,
roubando o ar e a alegria
sugando o sangue
de vidas alheias,
como vampiros sedentos
de ódio e comiseração.
Ratos da noite, nojentos, rastejantes,
disseminando ódio,drogas,
roubo e prostituição,
algemas do mundo,
num tempo de dor e lágrimas,
derramadas no planeta.
Seres pérfidos, algozes
que vivem e sobrevivem
da boca da noite,
que abre suas portas
acenando com um sorriso sedutor
como serpente pronta
para dar o bote fatal.
Fique atento!
Não se deixe seduzir
pelas armadilhas da boca da noite!

 

Chibata, Chicote e Açoite

Marcados a ferro e fogo
na pele lisa, brilhante,
narrando a história de um povo
que soube seguir adiante,
matando no peito as injustiças
sofridas de boca calada,
salgando as costas feridas
dos açoites, das chibatadas.
Negro da cor da noite,
em senzala, acorrentado,
nascido de negra bonita,
pelo branco maltratada.

Com altivez e coragem
próprias, de quem sofreu,
carrega nas costas largas
as dores todas do mundo,
sem que por um segundo
se ouça um gemido de dor.

Negro, foi o destino
cruel e traiçoeiro,
deste povo guerreiro
que mesmo se curvando
às regras da Casa Grande,
manteve no peito acesa
a chama da esperança,
e como qualquer criança,
não desistiu de lutar.

O patrão branco, recatado,
devoto de desconfiar,
era pai de muito negro,
com lágrimas derramadas
em noites de amedrontar.

Mas, negro nascido em senzala,
não podia dizer não,
cavava a própria vala
chamando de pai o patrão.
Negro, domado a castigo,
trazia desde o berço,
as amarras do destino
traduzido em
chibata, chicote e açoite!...

 

A Força do Amor

Naquele dia em que te vi pela primeira vez,
senti que meu destino estava então traçado.
De lá pra cá, muito tempo passou
Embalado nas canções românticas da jovem guarda.
Abrimos e fechamos muitas portas e janelas a procura dos
sonhos impossíveis que sonhamos e os quais, alguns realizamos.
Vimos todos os filmes que a vida apresentou,
enriquecendo assim, nossa experiência de vida.
Muitas vezes, fomos os produtores, noutras os atores,
encenando assim, nossa própria estória.
Pincelamos a vida com todas as cores,
distinguindo bem as claras e as escuras.
Provamos todos os sabores, do doce ao amargo,
tirando proveito de cada gota,sabendo que o fel, às vezes,
faz-se necessário no amadurecimento do frágil ser humano.
Choramos, sofremos, sorrimos, exultamos de felicidade,
não importa como, nem quando, nem onde, importa sim,
que vivemos todas as emoções sempre juntos, por que
o amor que nos uniu um dia foi forte o bastante para chegar até aqui,
com as marcas de quem se doou por completo, de quem amou,
de quem viveu!
Juntos, sempre juntos!

 

http://www.familiaborbapinheiro.com/

 

Música: May It Be, by Enya

 

 

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